terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dos limites da janela

Vejo o céu vermelhar por estas bandas;
As vassouras percursar no calçamento;
Os pardais inquietos nas varandas;
O mormaço derradeiro soprar lento;

Fantasmagóricos coqueiros se acenam;
Acenam-se as mulheres nas calçadas;
O teatro das crianças que encenam
Cirandas que ainda são cantadas;

Os veículos e postes iluminam,
Onde não escurece e nem clareia,
Os passos transeuntes que culminam
No enfado dos mil corpos de areia.

A tardinha traz mais coisas que não vejo,
Essas vivem nos limites da janela.
Porém uma, da moldura salta em beijo,
E esse ensejo é que extingue a falta dela.

- JC, sem data -

Nenhum comentário:

Postar um comentário