sábado, 27 de agosto de 2011


 
Volvo a falar da Noite, mulher do Dia, que outrora declarei vadia.
Não é!
Vadios são os que removem com licores a aquarela de seu rosto.
Eterna donzela samaritana, mal-dita por nela também viverem os ratos, faz-se ser a mesma noutro dia, e noutro, e mesma, e outra mesma, noutra, para nos deixar enfadonhos e pirar os insones.
É continuamente o mesmo frio; a veemência do gole é o mesmo; o trago é tão ruim quanto os demais; e de volta já bem tarde, quase bem cedo, o caminho é tão caminho, que nenhuma diferença faz mudar o curso.

A Noite nada tem com os vadios,
mas está fadada a ser calçada destes desgraçados,
até que cheguem as manhãs e ponha pra casa os que as têm.

Eu estou enfadado.

- JC, 27/ago/2011 -

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