Onde estava até agora que outrora não lhe vi?
Ofuscada pelo brilho de um lampejo que vivi.
E você, por onde andava, por que nunca lhe encontrei?
Não voava, e se hoje vôo, é por que eu me joguei.
Desse salto destemido não tem medo de cair?
Se me solta, tal vez caio. Se me pega, vou subir.
E esses passos pairam sempre, nunca hão de repousar?
Se me solta, eles pairam. Se me pega, vão parar.
Deste modo, abre as mãos, para que eu possa descer!
As abri desde que o vi. Até câimbra me fez ter.
E eu, que plano, como faço para desvolatizar?
Lhe aspiro pro meu peito e será parte do meu ar.
Deste modo, inda flutuo, só que agora em você!
Um flutua dentro d‘outro, e este o outro o tem a vê.
Pra sentir-te fecha as mãos. Meu respirar.
Pra se ver fecha os olhos. Me imaginar.
- JC, 27/jan/2011, 4:47 -
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